Hearing holy landscapes: heritage of silence - Intangibility between nature and culture

Abstract

This thesis is an exploration through silence to contemplate the landscape of the Ovčar – Kablar Gorge and its heritage. Departing from the traditional focus on acoustics and soundscape in landscape and heritage studies, the work considers silence as a threshold into the experiential field of expansion and openness. Based on relational perspectives of phenomenology, the research looks into how silence imbues the way of life in this sacred natural area, including intangible elements such as traditional practices, memories, and people’s relationship with nature. Its overarching aim in doing so is to examine an underlying interplay between landscape and silence. Contextualised in the dynamics of connectivity, movement and becoming, pursued by the path of experimental methodology, this endeavour takes us into a suspended, mercurial state of the ineffable, where landscape is pondered through an interweaving and unfolding of experience. In the flow between insideness and outsideness, solitude and sharing, this journey shows silence as a portal into the realm of alternative, personal and shared stories, encounters, and others, while unveiling intangibility as a relationship innately embodied in the landscape, which is itself lived as heritage. The research adds to the collaborative interdisciplinary trends that explore subjectivity and embodied, relational ways of knowing. It also contributes to the deliberations on silence as a concept while pertaining to efforts to revitalise sensory, art-based inquiries that harness the potential of the intricacies of human experience for academic research. In the in-betweenness of paradoxical emerging and evanescing, silence illuminates the landscape through the inevitable fluidity of life, awakening us to the realisation that understanding of ourselves and of the world we indwell lies in the thread of their perpetual, open-ended, and ever-shifting entanglement; - RESUMO: Ouvindo as Paisagens Sagradas: Património do Silêncio - Intangibilidade entre a Natureza e a Cultura A presente tese é uma exploração através do silêncio para contemplar a paisagem do desfiladeiro Ovčar — Kablar e o respetivo património. Partindo do foco tradicional na acústica e soundscape em estudos de paisagem e património, o trabalho considera o silêncio como um limiar para o campo experiencial de expansão e abertura. Usando as perspetivas fenomenológicas relacionais, o estudo explora como o silêncio impregna o modo de vida nessa área natural sagrada, incluindo as práticas tradicionais, memórias e a relação com a natureza. O seu objetivo abrangente é examinar uma relação subjacente entre paisagem e silêncio. Contextualizada na dinâmica da conectividade, do movimento e do devir, perseguida pelo caminho da metodologia experimental, esta empreitada leva-nos a um estado suspenso e fluido do inefável, onde a paisagem é pensada através de um entrelaçamento e evolução da experiência. No fluxo entre o interior e o exterior, entre a solidão e a partilha, esta viagem revela o silêncio como um portal para o reino de histórias alternativas, pessoais e partilhadas, encontros, e outros, ao mesmo tempo que desvenda a intangibilidade como uma relação, inerentemente incorporada na paisagem que é ela própria vivida como património. A pesquisa contribui para as tendências interdisciplinares colaborativas que exploram a subjetividade e as formas corporizadas e relacionais de conhecer. Também contribui para as deliberações do silêncio como um conceito, paralelamente em que pertence aos esforços para revitalizar as investigações sensoriais baseadas na arte que aproveitam o potencial das complexidades da experiência humana para a pesquisa académica. No meio do paradoxal surgimento e desaparecimento, o silêncio ilumina a paisagem através da inevitável fluidez da vida, despertando-nos para a perceção de que a compreensão de nós mesmos e do mundo em que habitamos está no fio da sua perpétua, aberta e sempre evoluindo em forma de meada.