Relações semânticas das conjunções “e”, “mas”, “portanto” e “quando” em textos de opinião de alunos universitários angolanos

Abstract

O presente estudo tem como objetivo descrever as relações semânticas das conjunções “e”, “mas”, “portanto” e “quando” utilizadas em textos de opinião de alunos universitários angolanos. Para tal, utilizamos, como referencial teórico, gramáticas normativas, como Rocha Lima ([1957] 2011), Bechara (2003) e Cunha & Cintra ([1984] 2017), que apresentam as perspectivas normativa e prescritiva dos valores semânticos das conjunções; gramáticas descritivas, como Mateus et al. (2003), Neves (2000, 2006) e Vilela (1999), que descrevem outros valores semânticos a partir da língua em uso; e vários estudos da Linguística Textual, como Halliday e Hasan (1976), Koch (2005, 2006, 2010, 2011), Koch e Elias (2008, 2016), Koch e Travaglia (1989, 2003), Fávero (2006), Fávero e Koch (2012), Antunes (2005), Marcuschi (2008, 2012), que recuperam as conjunções da gramática normativa como conectores e/ou operadores argumentativos essenciais para a coerência e a coesão textual. O presente estudo é de carácter qualitativo e quantitativo, adotando a pesquisa bibliográfica e documental em função dos pressupostos teóricos e do corpus selecionado. Os resultados revelam que os valores semânticos típicos das conjunções: “e” (aditivo), “mas” (adversativo), “portanto” (conclusivo) e “quando” (temporal), consagrados pela gramática normativa, apresentam-se na base de significação dos enunciados; porém, tais conjunções podem assumir outros valores semânticos que emergem no texto. A conjunção “e” pode ter valor adversativo, conclusivo, temporal, explicativo e final; “mas”, aditivo e restritivo; “portanto”, adverbial, reformulador e articulador textual; e “quando”, condicional, causal e contrastivo; ABSTRACT: The present study aims to describe the semantic relationships of the conjunctions “e”, “mas”, “portanto” and “quando” in opinion texts produced by Angolan university students. The theoretical framework adopted highlights normative grammars, such as Rocha Lima ([1957] 2011), Bechara (2003) and Cunha & Cintra ([1984] 2017), which present the normative and prescriptive perspectives about the semantic values of conjunctions; descriptive grammars, as Mateus et al. (2003), Neves (2000, 2006) and Vilela, 1999), which describe other semantic values from the language in use; and several studies of Textual Linguistics, such as Halliday and Hasan (1976), Koch (2005, 2006, 2010, 2011), Koch and Elias (2008, 2016), Koch and Travaglia (1989, 2003), Fávero (2006), Fávero and Koch (2012), Antunes (2005), Marcuschi (2008, 2012), which recover the conjunctions of normative grammar as connectors and / or argumentative operators essential for textual cohesion and cohesion. It is a qualitative and quantitative study, adopting bibliographic and documentary research in the light of the theoretical assumptions and the selected corpus. The results show that the typical semantic values of conjunctions: “e” (additive), “mas” (adversative), “portanto” (conclusive) and “quando” (temporal), consecrated by normative grammar, are presented in the meaning base of the statements; however, such conjunctions can assume other semantic values that emerge in the text. The conjunction “e” acts as adversative, conclusive, temporal, explanatory and final; “mas” expresses additive and restrictive values; “portanto” can be used as an adverbial, a reformulator and a textual connector; “quando” conveys conditional, causal, and contrastive values.