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http://hdl.handle.net/10174/30083
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Title: | Uma mudança em preparação: a aquisição de propriedades no Barreiro pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo (agosto-novembro de 1855) |
Authors: | Motta, Fernando da Guimarães, Paulo Eduardo |
Keywords: | História Social Contemporânea (Portugal) Caminhos-de-ferro Regeneração (Portugal) História local e regional (Barreiro) |
Issue Date: | 11-Jun-2021 |
Citation: | Motta, Fernando da; Guimarães, Paulo Eduardo (2021) - "Uma mudança em preparação: a aquisição de propriedades no Barreiro pela Companhia Nacional de Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo (agosto-novembro de 1855)", V CONGRESSO INTERNACIONAL DE PATRIMÓNIO INDUSTRIAL E A SUA MUSEOLOGIA. - GUIMARÃES, 10-11 DE JULHO DE 2021 |
Abstract: | A cidade do Barreiro desfruta de uma localização privilegiada em frente a Lisboa,
banhada pelos rios Tejo e Coina, vias fluviais que marcaram decisivamente a sua
história económica. A partir da segunda metade do século XIX, o Barreiro deve ao caminho-de-ferro boa parte do seu crescimento populacional e
económico. Os caminhos-de-ferro foram os catalisadores de um impulso económico sem
precedentes no nosso país e a barreira do rio Tejo, no acesso a Sul, acabou por tornar o Barreiro num ponto nevrálgico da rede ferroviária nacional, como porta de entrada e saída do hinterland alentejano e algarvio, beneficiando ainda da ligação à cidade de Lisboa.
A partir de 1854, a pequena vila piscatória na margem sul do Tejo viu o curso da sua existência profundamente alterada pela decisão ministerial de mudar a estação terminal do caminho-de-ferro, inicialmente pensada para ficar em Aldeia Galega (Montijo). Essa decisão conduziu à aquisição de grandes áreas de terrenos para a construção na nova gare (a primeira em alvenaria construída em Portugal), assentamento de linha e construção de
um extenso aterro para a nova estação ferro-fluvial. Ao mesmo tempo, a área administrativa do concelho era multiplicada por cinco, enquanto a sociedade local se
alterava profundamente, acolhendo uma massa de operários e trabalhadores de todo o país.
À sua volta desenvolveram-se numerosas indústrias que, em conjunto com as
atividades ferroviárias, transformaram o Barreiro numa referência da revolução industrial em Portugal.
Esta comunicação insere-se no debate sobre a industrialização e as mudanças sociais, económicas e ambientais ocorridas em Portugal durante a Regeneração, no qual o
Barreiro se apresenta como um caso relevante. Recuaremos aos primeiros anos do
caminho-de-ferro e ao seu impacto na vida concelhia. Tendo como ponto de partida as
escrituras de compra de terrenos efetuadas pela Companhia Nacional de Caminhos de
Ferro ao Sul do Tejo e pelos seus sócios capitalistas, entre agosto e novembro de 1855, iremos analisar vários aspetos relacionados com as políticas desta companhia ferroviária e dos sócios.
Este processo histórico, teve profundas implicações sociais e económicas locais e
na região, com perdedores e vencedores. A nossa questão inicial é precisamente essa: quem beneficiou localmente com a chegada do caminho de ferro? Questionamos se
existiriam outros interesses entre os sócios capitalistas da Companhia de Caminhos de Ferro ao Sul do Tejo, designadamente a aquisição de mais-valias futuras através da aquisição de terras. A documentação consultada nos registos cartoriais permitiu-
nos abordar alguns aspetos negligenciados da criação da rede de caminhos-de-ferro em
Portugal.
Por fim, salientaremos o valor patrimonial deste território, hoje industrializado. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/30083 |
Type: | lecture |
Appears in Collections: | CICP - Comunicações - Em Congressos Científicos Nacionais
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