Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/30073

Title: António Dacosta e o sentido de pertença na pintura. Motivações, resistências e inovações
Authors: Melo, Maria da Assunção Gil Correia de
Advisors: Rodrigues, Paulo Alexandre Rodrigues Simões
Leandro, Sandra
Keywords: António Dacosta
História da Arte em Portugal no século XX
Crítica da Arte
Surrealismo
Identidade
António Dacosta
Art History in Portugal in the 20th century
Art Criticism
Surrealism
Identity
Issue Date: 30-Jun-2021
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: Nesta tese pretende-se fazer uma releitura crítica da obra de António Dacosta, muito mais ampla, para além da fase surrealista. Para tal, foi necessário compreender como o lugar, a identidade e o sentido de pertença podem influenciar a vontade e a expressão do artista. Neste caso mais específico, como a ilha e a sua cultura própria influenciaram a sua iconografia, embora sempre com uma intencionalidade universalista. As questões de memória e identidade poderão ser mais determinantes do que as tendências ou correntes artísticas em vigor. O desconhecimento que existia sobre a iconografia das ilhas foi por vezes confundido com o surrealismo. Compete, assim, fazer uma destrinça. O contexto histórico e espiritual que está na origem do despertar da identidade, bem como o papel dos agentes culturais, importa nesta análise. Foi também relevante perceber como o surrealismo foi apreendido pelos artistas portugueses, que o prolongaram para além da primeira metade do século XX, sob a égide da necessidade de uma reforma temática. António Dacosta, frequentemente associado a duas fases distintas, foi um pintor, mesmo quando, aparentemente, esteve em silêncio, mesmo quando se confundiu com um poeta e com um crítico de arte. Na verdade, Dacosta continuou a pintar. Foi sempre esse o seu desígnio. A vontade de ser dos Açores, em Lisboa ou em Paris foi tão forte que as suas visões míticas de uma religiosidade pagã são uma constante. Nesse sentido, analisou-se o que fez, a relação entre o artista e o lugar de origem, como um produtor de uma imagética muito própria transposta para a tela: a busca um significado nas paisagens, nos lugares, nas pessoas e nos seus rituais promovendo um debate interdisciplinar, entre arte, antropologia e etnografia. A modernidade, o choque e um modo muito próprio de ser ilhéu, sem forçar, sem ter pressa, podem tê-lo agrilhoado a uma vontade de fazer nem sempre consistente. São dinâmicas próprias que estão na origem das motivações da pintura de Dacosta O ensinamento e a lucidez de nunca se ser velho de mais para recomeçar são também lições que se tiram desta obra, deste percurso que importa compreender; ABSTRACT António Dacosta and the Sense of Belonging in Painting. Motivations, Resistances and Innovations This thesis intends to make a critical reinterpretation of António Dacosta's work, much broader, beyond the surrealist phase. For this, it was necessary to understand how the place, the identity and the sense of belonging can influence the artist's will and expression. In this more specific case, how the island and its own culture influenced its iconography, although always with a universalist intention. The issues of memory and identity may be more decisive than current trends or artistic trends. The ignorance that existed about the iconography of the islands was sometimes confused with surrealism. It is therefore up to you to make a difference. The historical and spiritual context that is at the origin of the awakening of identity, as well as the role of cultural agents, matters in this analysis. It was also relevant to understand how surrealism was understood by Portuguese artists, who extended it beyond the first half of the 20th century, under the aegis of the need for a thematic reform. António Dacosta, often associated with two distinct phases, was a painter, even when, apparently, he was silent, even when he mistook himself for a poet and an art critic. In fact, Dacosta continued to paint. That was always his purpose. The Azores' desire to be in Lisbon or Paris was so strong that their mythical views of pagan religiosity are constant. In this sense, we analyzed what he did, the relationship between the artist and the place of origin, as a producer of his own imagery transposed to the canvas: the search for meaning in landscapes, places, people and their rituals promoting an interdisciplinary debate, between art, anthropology and ethnography. Modernity, shock and a very unique way of being an islander, without forcing, without being in a hurry, may have tied you to a desire to do not always consistent. These are dynamics that are at the origin of the motivations of Dacosta's painting. The teaching and the lucidity of never being too old to start over are also lessons that can be learned from this work, from this journey that is important to understand.
URI: http://hdl.handle.net/10174/30073
Type: doctoralThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento

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