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http://hdl.handle.net/10174/26880
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Title: | Megalitismo e povoamento entre o Zêzere e o Tejo na região de Castelo Branco. Identidades |
Authors: | Caninas, João Carlos Pires |
Advisors: | Oliveira, Jorge de |
Keywords: | Megalitismo Estruturas funerárias Povoamento Pré-História Recente Beira Baixa |
Issue Date: | 9-Dec-2019 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | Introdução:
A morte, seja como fim da vida ou como transição para uma outra vida, tem um significado tão importante
para as comunidades humanas ao ponto de conhecermos muitas das antigas culturas unicamente através
das suas manifestações funerárias (Kerrigan, 2007). A visibilidade, a monumentalidade e a perenidade
material das “casas” dos mortos têm superado em muitos casos as construções dos vivos.
A construção de monumentos funerários e rituais com pedras rudemente aparelhadas, postas a pino,
isoladas, alinhadas ou delimitando espaços fechados e atingindo, muitas vezes, grandes dimensões explicam
a ampla adesão, nomeadamente da comunidade científica, ao conceito de megálito e de megalitismo,
concepção unificadora que esconde o seu polimorfismo (Jorge, 1987b) e uma pluralidade de intenções,
consideradas num tempo longo. Encaradas desta forma simplificadora, agregadora e falsamente identitária,
as grandes pedras postas ao alto, a par das colinas funerárias de variadas dimensões e formas, representam
um fenómeno funerário, focado em rituais de entrega, principalmente, dos mortos humanos à terra, com uma
larga expressão mundial, ultrapassando, mesmo, as fronteiras da Eurásia (Mohen, 2009).
As diferentes formas megalíticas motivaram, por exemplo na Europa ocidental, reacções díspares da parte
das sucessivas comunidades humanas, históricas, que com elas se confrontaram, para além do seu tempo de
vida original, pré-histórico. Referimo-nos a reacções de rejeição, desde os éditos de destruição destes
símbolos considerados pagãos, promovidos pelo cristianismo a partir do séc. IV, à sua aceitação e
conservação no espaço humanizado por sucessivas gerações, como marcas de termo (Fabião, 2016) ou
como protagonistas de lendas e, principalmente, à sua reutilização, motivada por interpretações e
concepções tão subjectivas como os cultos de fertilidade, os novos rituais relacionados com o druidismo, a
celtomania (Mohen, 2009: 13-29) ou o sincretismo religioso, bem evidenciado nos inúmeros casos,
portugueses, da transformação de antas em capelas (Oliveira et al., 1995).
Na linha das variadas formas de especulação lendária e narrativa mais antigas, a temática dos monumentos
megalíticos não podia deixar de ser acompanhada com vivo interesse também em Portugal, dada a
proliferação extensiva e a presença incontornável destas antigas e resistentes arquitecturas, motivando
abordagens eruditas a partir do séc. XVI, pela pena de Frei Martinho de São Paulo, passando pela referencial
conferência de Martinho de Mendonça e Pina, em 1733, pela monografia fundadora da abordagem científica
do tema, de F. A. Pereira da Costa, em 1868 (Fabião, 2016), por outros valiosos estudos, por exemplo de
Estácio da Veiga e de Leite de Vasconcelos, por leituras de pendor nacionalista (Corrêa, 1944), pelo corpus
de âmbito peninsular da responsabilidade de Georg e Vera Leisner e por uma multiplicidade de autores
contemporâneos que nos dispensamos de citar. Todo este labor representa, em retrospectiva, “o maior número
de publicações” (Cardoso, 2002: 185) entre as que foram dedicadas à Pré-História em Portugal.
O presente estudo pretende dar continuidade e desenvolvimento ao tema abordado pelo autor na dissertação
de mestrado defendida em 2012 na Faculdade de Letras da Universidade do Porto com o título As
construções funerárias da Pré-História Recente na região de Castelo Branco no contexto da carta
arqueológica regional.... |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/26880 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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