Guia de Arquitectura – Carrilho da Graça – Projectos Construídos – Portugal

Abstract

Este é o terceiro guia da colecção monográfica de Guias de Arquitectura da editora A+A Books, publicado logo depois do Guia de Arquitectura Álvaro Siza – Projectos Construídos em Portugal e do Guia de Arquitectura Eduardo Souto de Moura – Projectos Construídos em Portugal. Tal como os dois primeiros, este guia assume-se essencialmente como um livro de consulta, que o leitor poderá examinar de acordo com a sequência do seu próprio itinerário, eventualmente esporádico e não sequencial. No entanto, constitui-se igualmente como um roteiro que pode dirigir o leitor ao longo de um percurso pré-estabelecido, de norte para sul do país, de Viana do Castelo em direcção a Tavira, passando por Lisboa – a cidade onde Carrilho da Graça vive e trabalha e onde se concentra a maior parte da sua obra, e na qual reconhece «uma cidade muito ondulada topograficamente» e, consequentemente, «um enleio intenso entre a topografia e a cidade que ela suporta» – e pelas terras do Alentejo – a região onde Carrilho da Graça nasceu e para onde projectou as suas primeiras obras, «um território que tem uma força e uma nobreza incríveis [onde se sente] em cada detalhe que tudo vem de muito longe e [...] um cruzamento muito consistente de culturas antigas», com «um carácter “esquelético” no qual se lê muito claramente o território e o que sobre ele é construído». Carrilho da Graça realizou, até à data de publicação deste guia, aos sessenta e seis anos de idade, duzentos e dezanove projectos, noventa e sete dos quais no âmbito de concursos públicos. Para além dos que executou para os mais diversos países – Espanha, França, Chipre, Itália, Suíça, Bélgica, Holanda, Alemanha, Áustria, Hungria, Finlândia, Egipto, Brasil e Estados Unidos da América –, cento e setenta e dois destinaram-se ao território português. Destes projectos, setenta e dois não passaram do papel, vinte e dois estão ainda a ser projectados ou construídos, alguns foram adulterados, outros ainda, dada a sua condição efémera, foram desmontados, mas a larga maioria pode hoje ser visitada. Destes, Carrilho da Graça escolheu quarenta e nove para figurar neste guia. Segundo o próprio autor, as obras apresentadas neste livro não constituem, em todos os casos, aquelas que julga mais acabadas ou perfeitamente construídas, mas as que considera mais representativas, em cada momento, do seu modo de pensar. Tal como já referido na introdução dos anteriores guias desta colecção, os textos que acompanham a informação e documentação relativa a cada obra não estão apenas fundamentados na bibliografia geral sobre o seu autor, muito menos em ensaios críticos sobre a sua obra, mas sobretudo nos seus escritos – alguns dos quais inéditos –, nas suas entrevistas, nas suas declarações e nas suas conferências, bem como nas informações que foi transmitindo expressamente a propósito da elaboração desta edição. Tal como referido na introdução dos anteriores guias desta colecção, estes textos não têm, afinal, a intenção de descrever o que o leitor já tem diante de si, nem tão pouco a pretensão de se constituir como uma recensão crítica que poderia toldar a impressão causada pela experiência directa da obra, mas sim a de ampliar a visita do leitor, oferecendo uma série de dados objectivos – como as condições do encargo, os projectos simultâneos, o contexto da obra, os principais intervenientes, as contingências da construção. No entanto, e ao contrário dos anteriores guias desta colecção, alguns destes textos referem ainda o que pode, segundo Carrilho da Graça, faltar fazer em relação a cada projecto.