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http://hdl.handle.net/10174/18211
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Title: | (In) Visibilidades da tradição japonesa no olhar de Távora |
Authors: | Távora, Maria Teresa Caldeira Rodrigues de Mendonça Falcão e |
Advisors: | Rodeia, João Belo Rivera, Jorge Croce |
Keywords: | Arquitectura Tradição Modernidade Viagem Arquitecto Fernando Távora Viagem ao Japão em 1960 Quinta da Conceição Pavilhão de ténis Casa tradicional japonesa Japão Cultura japonesa Movimento moderno Portugal Arquitectura popular Diário de viagem Architecture Tradition Modernity Voyage Travel Travel to Japan in 1960 Quinta da Conceição Tennis pavilion Traditional japanese Japan Japanese culture Japanese architecture Modern movement Portugal Traditional architecture Traditional Popular architecture Travel diaries Travel diary |
Issue Date: | 2015 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | Resumo introdutório: Nesta tese, procuramos explorar diversos momentos de uma constelação de sentidos que não é senão o reverso teórico da multiplicidade de pontos pelos quais se constituiu, em tempos idos, a viagem do mestre Fernando Távora pelo Japão - o zénite de todos os locais que percorreu, por isso tão amplamente abordado - e procura tornar visível não somente aquilo que já seria um trabalho de monta, a saber, as fortes influências arquitectónicas - i.e., as componentes especificamente técnicas e visuais assaz tratadas ao longo do texto - que Távora recebeu ao longo do seu percurso pelo Japão, mas, igualmente e com ainda maior relevo, a possibilidade de o Japão ter sido, para Távora, mais do que um espaço físico tridimensional onde beber e digerir pontos de vista alternativos do que é construir e habitar, um espaço mental, onde Távora, enquanto pensador da arquitectura, et pour cause, da vida, encontra, paradoxalmente, do outro lado do mundo, a sua casa de ideias. A coluna vertebral desta hipótese - por ora chamemos-lhe assim - assenta na forma como Távora recebe a ideia de mundo moderno e de arquitectura Moderna, muito especialmente pela figura omnipresente de Le Corbusier, e como o fascínio púbere pelo movimento moderno se vai dissolvendo face ao espírito crítico de Távora, que não concebe uma arquitectura impessoal e universal, embevecida pela ideia dela própria e cada vez mais afastada das pessoas que visa dar guarida. O auto-erotismo da modernidade, que acaba por estar presente em todas as artes que gradualmente se convertem ao questionamento crítico das suas bases, âmbitos e propósitos (a própria ideia de moderno) é, para Távora, a par de uma ampliação generosa do património de adquiridos, um momento de auto-asfixia. O mestre não concebe uma arquitectura só e somente apaixonada pela ideia de si própria e dos seus desígnios, mormente da ideia motriz segundo a qual a natureza é finalmente vencida (e, desde logo, tristemente abandonada) e, incapaz de voltar para trás (não se pode viver no passado sob pena de fazer parte dele) Távora acaba por tomar em mãos a dura tarefa de encontrar um sentido pelo qual os pólos opostos e aparentemente irreconciliáveis da modernidade e da tradição possam dar corpo e expressão a uma nova arquitectura. O Japão, o país dos oximoros, acaba por ser o espaço mental onde Távora madurece definitivamente a sua ideia de arquitectura. A forma de estar, construir e habitar dos japoneses, profundamente enraizada na tradição e espraiando as suas composições no solo fértil da modernidade, é a chave através da qual Távora vai sanar as diversas dificuldades que o movimento moderno apresentava. A viagem de Távora é mais do que a soma dos múltiplos pontos pelos quais passou; é, na verdade, uma totalidade sintética anterior à constituição dos seus momentos, é uma ideia. E essa ideia, com que Távora vai tendo vários níveis de contacto, do sub-reptício ao concreto da evidência, revela-se com todo o seu esplendor no Japão das contradições, onde Távora, pela primeira vez, se consegue ver inteiramente ao espelho; lntroductory summary: ln this thesis, we try to explore various moments of a constellation of meanings that represents the theoretical reverse of the multiplicity of points through which took place the journey of master Fernando Távora in japan, in the sixties - the zenith of all the places he travelled to, therefore so extensively discussed. We intend to make visible not only what would be a demanding work, namely the strong architectural influences - i.e., the specific technical and visual components quite addressed along the text - that Távora received throughout his japanese route, but also and with even greater emphasis the possibility that japan has been more than a three-dimensional space where he absorbed and assimilated alternative views of what means building and inhabiting. Beyond that, it was a mental space where Távora, while philosopher of architecture et pour cause of life, paradoxically finds, on the other side of the world, his home of ideas. The backbone of this hypothesis - Iet us say so for now - depends on how Távora gets the idea of the modern world and modern architecture, especially the omnipresent figure of Le Corbusier, and how the pubertal fascination for the modern movement starts dissolving against the critical spirit of Távora. Indeed, he does not conceive an impersonal and universal architecture, enraptured by its own idea and increasingly detached from the people it aims to give shelter. The autoeroticism of modernity, which turns out to be present in all the arts that gradually convert to the critical questioning of their bases, scopes and purposes (the very idea of modern), is, along with a generous expansion of the acquired heritage, a moment of self-asphyxiation for Távora. The master does not conceive a kind of architecture only passionate about the idea of itself and its purposes, especially the driving idea according to which nature is ultimately defeated (and, hence, sadly abandoned). Thus, unable to turn back (you cannot live in the past under penalty of being part of it), Távora eventually takes on the daunting task of finding a sense in which the seemingly irreconcilable opposites of modernity and tradition can give body and voice to a new architecture. Japan, the country of oxymoron’s, turns out to be the mental space where Távora matures definitely his idea of architecture. The Japanese way of being, building and inhabiting, deeply rooted in tradition and spreading its compositions in the fertile soil of modernity, is the key through which Távora will remedy the difficulties presented by the modern movement. His journey is more than the sum of multiple points he went through, it is indeed a synthetic wholeness preceding the unravelling of its moments, it is an idea. And this idea, with which Távora has various levels of contact, from the surreptitious to the concrete evidence, reveals Itself in all its splendor in the contradictions of Japan, where Távora, for the first time, can see himself fully in the mirror. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/18211 |
Type: | masterThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado
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