Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/13567

Title: "Dura Praxis, Sed Praxis": relações do poder e moral na praxe académica da Universidade de Évora
Authors: Revez, António Manuel Marques
Advisors: Ramos, Francisco Martins
Stock, Maria José
Keywords: Praxe académica
Vida académica
Vida estudantil
Universidade de Évora
Issue Date: 1999
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: “Sem resumo feito pelo autor” - A sociologia mecanicista, determinista, compartimentada, reducionista, quantitativista, questionarista, tinha desencantado o mundo social, uma sociologia refundada redescobre a complexidade, a riqueza, a beleza, a poesia, o mistério, a crueldade, o horror. a vida, a humanidade (Edgar Morin). - O "academismo" , no sentido que lhe atribuo, funciona como um brutal obstáculo epistemológico, ou em muitos casos, como se diz agora, como uma "impostura intelectual", para a investigação científica. Reduz-se a uma colecção de "tiques" convencionais interiorizados, muitas das vezes acriticamente, pela comunidade dos cientistas e investigadores, mas que operam dogmaticamente como "recursos estratégicos" dos produtores teóricos, pois são erigidos como critérios de demarcação da cientificidade, e, portanto, como critérios de exclusão de tudo o que não lhes é conforme. O "academismo" é um obstáculo epistemológico porque tem um efeito nivelador e padronizador que estiola a diversidade e singularidade do trabalho científico, e perpetua, ao abrigo de uma consuetudinária consagração, que lhe dá legitimidade institucional, um modus faciendi que deve ser questionado, desconstruído e superado, de modo a libertar a produção teórica de certos cânones e perenidades formais, e disponibilizar a moldura e a tela do trabalho científico, para propostas epistemológicas, formais, metodológicas e estilísticas heterogéneas e estimulantes, que possam preencher com inovação, originalidade, radicalidade, e contradição dialéctica, o labor científico na área das ciências sociais e humanas. Este processo é indissociável da comunicação linguística dos resultados, da organização e apresentação formal dos resultados, das opções estilísticas como o uso ou não da ironia, do discurso directo, da habilidade retórica e argumentativa, do desanuviamento literário, do ensaísmo auto-referenciado e auto-biográfico, etc. O "academismo" é uma espécie de formatação standard, é uma receita que se generalizou sem grandes contrariedades, porque, ou os investigadores andam, inconscientemente, longe da reflexão dos pressupostos epistemológicos, metodológicos e estilísticos do seu trabalho, por consequência de socializações, habituações e aprendizagens fundamentalmente performativas, e por isso o "academismo" não é problema porque não constituí um problema; ou os investigadores, por cálculo estratégico em relação aos juízes e avaliadores científicos, Universidades, centros de investigação e pesquisa, editoras, alunos, público em geral, resolvem reproduzir os critérios e os modelos estabelecidos, e não correr riscos de incontrolável alcance. É da praxe destas coisas que eu não faça o que estou a fazer, nem faça o que vou fazer; identificar alguns desses `tiques" academistas e justificar porque é que me escuso a repeti-los neste trabalho. Mas não vou ao longo destas páginas analisar e desconstruir a praxe académica? Élhe muito próxima, no respeito pela tradição, a praxe academista. Ao mesmo tempo, aproveito esta recensão para enquadrar, esclarecer e justificar as opções formais, metodológicas, instrumentais, que nortearam este trabalho.
URI: http://hdl.handle.net/10174/13567
Type: masterThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado

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