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http://hdl.handle.net/10174/12216
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Title: | Chelas, uma comunidade também de negros: estudo exploratório de ecologia humana |
Authors: | Cardoso, Leandra da Conceição Assunção Baptista de G. |
Advisors: | Nazareth, Joaquim Manuel |
Keywords: | Sociologia urbana Chelas Raça negra Comunidade |
Issue Date: | Apr-1994 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | Introdução - A estrutura de qualquer cidade compõe-se de uma amplitude e heterogeneidade que é realçada a cada passo da observação; contudo o homem, na sua interde-pendência e interrelacionação e na sua envolvência com os ecossistemas, constitui a sua expressão de base. Por vezes a estrutura organizada não corresponde aos inter¬esses de quem a compõe. A mobilidade constante da população que atravessa em cada passo, cada vez mais acelerado, a rapidez da mudança da estrutura da comunidade e prepara assim a diversidade dos agrupamentos sociais levando a problemas de desorientação pessoal e colectiva de onde, a estrutura física da cidade, muda também. Todo este estado de coisas desafia a manutenção da vida comunitária dentro de uma ordem social. Seguindo a óptica da Escola de Chicago e encarando a cidade como comunidade ecológica desenvolvi as minhas verificações de campo no bairro de Chelas, particularmente na comunidade negra que compõe o seu tecido social. Originariamente criado para ser um habitat de características relacionadas com habitação residencial substituindo-se por um centro de habitação social, sem qualquer capacidade de resposta local de emprego, subsistiu através do tempo como "dormitório". Chelas recebeu no seu seio e está a receber uma ampla população que se deslocou das barracas em toda a periferia, sendo aqui realojados. Essa população é hoje predominantemente de "raça negra'. A competição, a ordem natural e a ordem moral, melhor sendo a sociedade simbiótica e a cultural entraram em jogo, os valores alteraram-se e a disposição da população ganhou um sentido diferente de uma disposição ordenada. Geraram-se "áreas naturais" que defino com Park - "... como o 'habitat' de grupos de gente que, na base da sua existência num território comum, desenvolverão culturas distintas. Elas são 'naturais' naquilo em que não são planeadas - não são resultado do desenho, são antes uma manifestação de tendências inerentes à situação urbana". A comunidade negra de Chelas constitui uma área natural de acordo com a definirão. Pretendi caminhar de encontro à possibilidade ou não da constituirão de áreas locais, como sendo meio "... para proporcionar as bases para a organização da comunidade na sociedade urbana. O estado final do processo de urbanização será uma constelação de grupos sub-culturais fundados nas vizinhanças mantidos juntos através da interdependência da divisão do trabalho", cf. R.E.Park, The City as a social laboratory (1929) incluído em Park, Human Communities, pag. 78; e que, nenhuma grande cidade é uma massa indiferencida mas um grupo reconhecido de arredores disponíveis não só pela sua aparência fisica mas pela composição da sua população e pela sua reputação. Esta observação da separação espacial da população da cidade, a existência de mundos separados da experiência são base da visão de Park da vida urbana: os arredores, colónias e áreas segregadas de cidade são vistos como sendo um "mosaico de pequenos mundos que se tocam, mas que não se interpenetram". A comunidade negra de Chelas, encontra-se nesta situacão, o mesmo acontecendo com o próprio bairro de Chelas, como se pode constatar pela realidade observada; sendo que são estes arredores, colónias e áreas segregadas que dão à cidade a sua diversidade, novidade e excitamento cf . o R. E. Park, The City: sugestões para investigação do comportamento humano no ambiente urbano", pag. 47. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/12216 |
Type: | masterThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado
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