Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/11625

Title: Breve História do Pensamento da Gestão
Authors: Marques, Carlos
Jorge, Maria de Fátima
Keywords: Pensamento
Gestão
História
Percursores
Pensadores
Issue Date: Oct-2014
Publisher: Universidade de Évora, Escola Ciências Sociais
Citation: Marques, C. e Jorge, M.F. (2014), "Breve História do Pensamento da Gestão", Texto de Apoio ao Estudo do ponto 2 do Programa da Unidade Curricular de Introdução à Gestão da licenciatura em Gestão da Universidade de Évora
Abstract: Neste capítulo fizemos uma breve resenha histórica da evolução do pensamento da Gestão. Desde a antiguidade que nas mais diversas actividades que, particularmente depois do homem deixar de ser nómada e se tornar sedentário, foi necessário definir e estruturar para satisfazer os diferentes e sucessivos tipos de necessidades sociais, técnicas, culturais e económicas que se foram desenvolvendo. Desde o fogo, a roda, o ferro, os materiais e os utensílios, a produção de alimentos, as habitações individuais, os equipamentos colectivos, os monumentos, as artes, o artesanato e a produção manual de bens e a prestação de serviços, foi necessário planear, organizar, motivar, comunicar, liderar, executar e controlar, ou seja, gerir, as mais diversas actividades e passos das decisões que essa actividades envolvem. Essas necessidades de especialização aumentaram com a revolução industrial e a mecanização das actividades manuais que levaram ao desenvolvimento das linhas de produção e, posteriormente, da produção em série. À progressiva importância dos mercados e à sua “mão invisível” ficou ligado Adam Smith, como um dos percursores do pensamento económico e da especialização e preço do trabalho e dos bens e serviços por ele produzidos e comercializados nesses mercados. Os princípios da gestão como corpo organizado e coerente de conhecimentos, ou seja, como ciência, resultam da resposta a essas necessidades e surgiram no princípio do século XX. Referimo-nos aos contributos iniciais de Taylor de organização científica do trabalho, bem como da sua aplicação por Ford à indústria automóvel, que foram, em seguida, alargados por Fayol às diversas funções da gestão e aos passos do processo de decisão, que ainda hoje são aspectos base do ensino da gestão. Esta generalização envolveu outras contribuições iniciais, por isso englobadas na escola clássica, como a teoria burocrática de Weber em que a organização se baseava em princípios, políticas, orientações, procedimentos, regulamentos e regras prescritivas orientadas para os serviços, nomeadamente, para os serviços públicos, óptica que também representou uma contribuição relevante ao tempo. A pouca relevância dos aspectos comportamentais característicos do sujeito prestador do trabalho, o homem, e da pouca atenção que mereciam as condições de trabalho, a satisfação de necessidades sociais básicas e de afirmação pessoal e profissional, as diferentes personalidades tipo e as implicações que as lideranças tipo das organizações podem ter, marcaram uma corrente de pensamento que, depois dos clássicos, durante a primeira metade do século XX, enfatizou estes aspectos e por isso conhecida por escola comportamental, em que se destacaram as contribuições, que caracterizámos sucintamente de Herszberg, Maslow, McGregor e Lewin, respectivamente. A II Grande Guerra Mundial e a premência de resolução de inúmeras questões de diversa natureza, nomeadamente de transporte, logística, apoio, alimentação, promoveu o desenvolvimento dos métodos e técnicas matemáticas e estatísticas. A rápida progressão de ferramentas de cálculo automático permitiu e promoveu a sua aplicação às mais diversas áreas incluindo a gestão. A investigação operacional criou soluções para problemas tipo, como por exemplo de transporte, de calendarização, de gestão de projectos, do caminho crítico, de filas de espera, de árvores de decisão, que responderam sucessivamente a questões mais complexas como o risco, com modelos estocásticos, de tempo, com modelos dinâmicos, de mais que um critério, com programação multi-objectivo, inteira e por metas, de relações matemáticas não lineares, com programação quadrática, entre muitos outros desenvolvimentos. Estes métodos apoiaram a gestão formalizando e resolvendo esses problemas de gestão e decisão desenvolvendo um campo de conhecimentos de aplicação à gestão usualmente designada gestão científica, cujos contribuidores são englobados na escola quantitativa, designação obviamente ligada à sua relação com os métodos quantitativos que foram desenvolvendo e que caracterizam as suas contribuições. A necessidade de analisar de forma integrada e com uma perspectiva sistémica com um conjunto de subsistemas interdependentes, relacionados entre si e com o exterior, globalmente determinam a performance a o desempenho da organização, para que primeiro contribuíram a escola socio-técnica, e as condições empíricas específicas de cada situação, que são apontadas como fundamentais pela perspectiva contingencial, o contributo de Fiedler, promoveram uma progressão de desenvolvimentos contemporâneos da gestão e dos gestores orientados para várias direcções. A gestão por objectivos de Drucker, os papeis Mintzberg, como que personagens que os gestores têm que fazer, os arquétipos de personalidades propostos por Belbin, a filosofia de gestão pela qualidade total proposta e implementada por Deming e Juran, e, finalmente, o lean management e o foco no desenho e eficiência de processos de Champy e Hammer, foram as perspectivas contemporâneas que entendemos seleccionar e apresentar. Finalmente, nos pontos focando a realidade e porque se trata de um capítulo de história, associamos a teoria burocrática de Weber ao funcionalismo público do Estado Novo em Portugal e apresentámos o caso de um funcionário, não por acaso o Pai de um dos autores, e apresentamos uma empresa da área de Évora, e referimos outras do Alentejo, incluindo a nova unidade da Embraier, que os alunos do curso de Gestão da Universidade de Évora visitam para relacionar os conceitos que aprendem com a realidade em que são aplicados e estimular a sua criatividade e espírito empreendedor e que proporcionam expectativas de desenvolvimento da cooperação e inovação. Para concluir apresentamos o tema do próximo capítulo que relaciona a história da gestão que descrevemos brevemente neste com o futuro da gestão. Nas últimas anos do século XX o rápido desenvolvimento da informática levou a que os computadores se tornassem pessoais e passassem a miniaturas, depois de há em trinta anos terem dimensões hoje consideradas pré-históricas em termos informáticos, ocupando salas de grandes dimensões, com programas constituídos por séries de cartões perfurados e lidos por leitoras dos mesmos, com compiladores de linguagens, que posteriormente permitiram o desenvolvimento da programação pessoal, por exemplo em Fortran ou em Basic, unidades de bandas magnéticas de grandes dimensões que aumentaram a capacidade de armazenamento, até o desenvolvimento dos computadores pessoais e dos mecanismos de armazenamento de dados como os floppydisk as diskettes, os discos rígidos, etc. Mais recentemente a evolução electrónica e a associação a tecnologias de comunicação de dados e de conteúdos, sons e imagens, à multimédia, a redes de informação profissionais e pessoais, alteraram a própria forma de viver e consequentemente de gerir. Esse é o tema a que no próximo capítulo nos vamos dedicar. Vamos reflectir sobre os desafios que este contexto de tempos de rápida mudança, de globalização e de interdependência, de competição e de cooperação colocam à gestão e as respostas que poderão marcar e orientar os seus desenvolvimentos futuros.
URI: http://hdl.handle.net/10174/11625
Type: other
Appears in Collections:CEFAGE - Publicações de Carácter Pedagógico
GES - Publicações de Carácter Pedagógico

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