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http://hdl.handle.net/10174/11233
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Title: | Impactes da Universidade de Évora: estudo de alguns efeitos no território envolvente |
Authors: | Rego, Maria da Conceição Peixe |
Advisors: | Ferrão, João |
Keywords: | Impactes da Universidade de Évora Educação e desenvolvimento económico Alguns impactes das universidades no meio O ensino superior em Portugal Caracterização económico-social da região do Alentejo Algumas características da Universidade de Évora |
Issue Date: | 2002 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | Sem Resumo feito pelo autor"; Esta dissertação que nos propomos desenvolver, intitulada Impactes da Universidade de Évora - Estudo de alguns efeitos no território envolvente, decorreu de motivações de ordem científica mas também de estímulos de carácter afectivo.
Em primeiro lugar, as alterações verificadas nas últimas décadas do século XX no ensino superior em Portugal, bem como na Europa, com o aumento do número de alunos, docentes e estabelecimentos de ensino, massificando e diversificando este grau de ensino, têm sido alvo de diversas análises realizadas por equipas de investigadores, em múltiplos países, promovidas no âmbito estrito das universidades a que respeitam ou sob o patrocínio de várias instituições como a OCDE, UNESCO ou a União Europeia. No caso português, diversos investigadores têm analisado esta temática e o CIPES (Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior) tem-lhe dedicado particular atenção.
Nos últimos 30 anos a expansão do ensino superior é um dos fenómenos sociais mais marcantes em Portugal. Esta expansão concretizou-se, fundamentalmente, de três formas: criação de novas universidades públicas, criação do ensino politécnico público e desen-volvimento de instituições privadas. Esta evolução alterou de forma substancial o panorama do ensino superior em Portugal, um pouco à semelhança do que aconteceu em toda a Europa: este sub-sistema, inicialmente elitista, torna-se num ensino de massas; o número de alunos, docentes e estabelecimentos de ensino aumentou exponencialmente; os esta-belecimentos que se localizavam apenas nas grandes cidades do litoral português (Lisboa, Coimbra e Porto) passam a fazer parte do quotidiano das cidades do interior, alterando-o profundamente e permitindo o acesso a este grau de ensino por parte de inúmeros estudantes que de outra forma não teriam condições económico-financeiras para o frequentar.
Manuel Maria Carrilho (Carrilho, 1993) sintetiza assim esta problemática: "Na instituição universitária multiplicam-se as contradições e as tensões: entre a componente escolar e a de pesquisa, entre as ambições das ciências naturais e exactas e as das ciências sociais e humanas, entre as suas funções de conservatório do passado e as de laboratório do futuro, entre a investigação pura e a investigação aplicada, etc. Assim, sintetizam-se em três os paradoxos centrais da universidade: o que se instaura entre a massificação do sistema e as suas exigências elitistas, o que se manifesta entre as suas pretensões universalistas e o seu enraizamento local, o que surge entre a necessidade da sua missão e a contingência das suas formas e resultados".
As alterações ocorridas no domínio do ensino superior, e as tensões existentes, condicionam
as funções que estas instituições deverão desempenhar. Às universidades cabem
actualmente três funções primordiais (GEOIDEIA, 1993):
i) a formação de recursos humanos, altamente qualificados: a universidade
forma licenciados, mestres e doutores necessários quer ao mercado de
trabalho em geral, quer ao sistema educativo e ao sistema científico e
tecnológico;
ii) a realização de actividades de investigação e desenvolvimento experimental:
o objectivo da universidade é gerar novos conhecimentos e manter
a cadeia do saber, constituindo o produto da investigação universitária
o conhecimento científico e tecnológico transferido para o exterior através
de uma multiplicidade de formas: livros, monografias, artigos publicados,
relatórios e outros documentos;
iii) a interacção sinérgica com a sociedade envolvente: consubstancia-se na
utilização do potencial científico e tecnológico da universidade pelo meio
exterior; para além da extensão inclui-se aqui desde a realização de projectos
de investigação em cooperação ou contratados pelo sector produtivo
até à prestação de serviços e consultoria.
Nesta terceira função da universidade tem-se centrado o debate sobre a relação entre
a actividade económica e a universidade, originado pela necessidade de maximizar a
utilização de recursos financeiros e humanos, conhecimentos e informação científica e
técnica, através da implementação de mecanismos de transferência eficazes entre o sector
universitário e o sector produtivo. Esta transferência implica, porém, a existência, no sector
produtivo, de recursos humanos capazes de absorver os produtos da universidade, bem
como de capacidade para formular questões e expor problemas de nível universitário.
O problema que se põe à universidade é como conseguir manter, com continuidade,
um sistema de formação de universitários de qualidade, baseado num ambiente de
investigação de alto nível, num quadro geral de competição por fundos financeiros e por
competências científicas e técnicas, e funcionando com base em acrescidas mobilidades. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11233 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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