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http://hdl.handle.net/10174/11179
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Title: | Adaptação ao ambiente geofísico mediterrânico de bovinos nativos exóticos - tolerância ao calor |
Authors: | Pereira, Alfredo Manuel Franco |
Advisors: | Almeida, José Antunes Afonso de Baccari Jr., Flávio |
Keywords: | Adaptação ao ambiente geofísico mediterrânico Bovinos nativos e exóticos Tolerância ao calor |
Issue Date: | 2004 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | 0 presente estudo apresentou como objectivo nuclear a quantificação da tolerância ao calor em raças de bovinos nativas (Alentejana e Mertolenga) e exóticas (Frísia e Limousine). A hipótese de trabalho assentou no pressuposto de que as diferenças anátorno-fisiotógicas entre os vários genótipos, se poderiam repercutir na tolerância ao calor, identificando se essas eventuais vantagens comparativas estavam associadas à menor termogénese, à maior terrnálise ou a ambas.
Foram delineadas três experiências, as duas primeiras em câmara climática e a última no campo. A primeira experiência visou a identificação, das reacções fisiológicas e de aclimatação em períodos alternados em terrnoneutratidade e sob temperaturas elevadas. A segunda experiência visou quantificar as variações das vias de termólise evaporativa perante níveis crescentes de temperatura do ar. A terceira experiência visou avaliar as variações das variáveis fisiológicas, da termólise evaporativa, do balanço térmico e da condutância face à radiação solar directa.
Na raça Frísia foi notório, em todas as experiências, uma maior dificuldade em manter a estabilidade da temperatura rectal. A menor capacidade de resposta da sudação, evidenciado pela sua estabilização precoce face a crescentes armazenamentos de calor, parece ter sido um dos factores determinantes na menor termólise. A intensa polipneia térmica registada nas situações de stresse térmico não foi suficiente para evitar balanços térmicos bastante desfavoráveis. Por outro lado, a pelagem mais espessa e composta por pêlos mais longos e finos determinou níveis de condutância relativamente baixos o que dificultou a termólise por via sensível.
As raças Limousine e Alentejana apresentaram reacções muito similares, embora a raça Limousine tenha apresentado uma maior dificuldade em manter a estabilidade da temperatura rectal. Sob temperaturas elevadas a raça Limousine exibiu reacções expressivas de stresse térmico com consequências na redução da ingestão de alimento e na diminuição das hormonas da tiróide, situação algo semelhante à que ocorreu com a raça Alentejana embora com menor intensidade. Na raça Limousine constatou-se uma reduzida capacidade de resposta da taxa de sudação perante o aumento da temperatura rectal, bem como moderados aumentos da frequência respiratória. Na raça Alentejana, pelo contrário, verificou-se uma maior capacidade na manutenção da temperatura rectal, em boa parte devido às elevadas taxas de sudação apresentadas, cujos aumentos precoces e intensos sugerem uma grande importância na manutenção da homeotermia. As elevadas taxas de sudação registadas sob a influência da radiação solar directa (que podem ser considerados bastante elevados para uma raça Bos taurus) contribuíram bastante para atenuar os efeitos adversos de uma pelagem com baixo coeficiente de reflexão.
A raça Mertolenga foi aquela que apresentou uma maior velocidade de dissipação de calor, devido à maior condutância e à eficiência das vias de termólise evaporativa (tanto a polipneia térmica como a sudação). A pelagem menos espessa, mais lisa e mais reflectora parece ter determinado uma menor aquisição de calor, o que também contribuiu para balanços térmicos mais favoráveis.
Os resultados registados, permitiram concluir que a raça Frísia exibiu a menor tolerância ao calor, as raças Limousine e Alentejana exibiram tolerâncias crescentes e a raça Mertolenga exibiu uma tolerância ao calor inequivocamente superior.
/ ABSTRACT - The main objective of the present study was, to assess the heat tolerance of native (Alentejana
and mertolenga) and exotic (Frisian and Limousine) cattle breeds. ii: was assumed, as underlying hypothesis, that
the anatormical and physiological differences between the considered genotypes could determine different levels of
heat tolerance, and that eventual comparative advantages of some breeds should be linked to a lower level, of
thermogenesis, or to a higher level, of heat loss or both.
Three experiments were designed: two inside, climatic test chambers and one in open field. The purpose of
the first experiment was to identify the physiological acclimatization reactions in climatic situations characterized by
alternate periods of thermoneutrality and high temperatures. The purpose of the second experiment was to quantify
the variations in the intensity of the evaporative heat loss pathways facing up increasing air temperature levels. The
third experiment aimed to quantify, under direct solar radiation, the physiological responses involved in the
evaporative heat loss and heat balance.
The Frisian breed had, in all the experiments, a higher difficulty in keeping the rectal temperature stable. Its
lower sweating capacity was clear as evidenced by an early stabilisation of the level of sweating, in spice of the
increasing heat storage, and seems to be one of the main determinant of the smaller heat loss capacity. The intense
thermal polypnea observed in situations of thermal stress was not enough to avoid quite unfavourable heat balances.
On the other hand, its thicker hair coat, made up of longer and thinner hair, determined relatively low conductance
levels, rendering difficult the sensible, heat loss.
The Limousine and Alentejana breeds presented very similar reactions. However, the Limousine had more
difficulty in keeping the rectal temperature stable. Under high temperatures, the Limousine breed presented
expressive thermal stress reactions, involving a reduction of the voluntary food intake and a decrease in the thyroid
hormone levels. The same type of reactions was observed in the Alentejana breed, although with lower intensity.
Limousine breed exhibit a low sweating capacity and only a moderate increase in the respiratory frequency, which
were insufficient to avoid an increase in the rectal temperature. Conversely, the Alentejana breed had a higher
capacity to keep constant the rectal temperature, due to a higher sweat rate. In this breed, the early and intense
increase observed in the sweating rate justifies its great importance in preserving homeothermy. The high sweat rates
registered under the influence of direct solar radiation (which can be considered rather high for a Bos taurus breed)
greatly contributed to mitigate the adverse effects of the hair in this breed, which is characterized by a low reflection
coefficient.
The Mertolenga breed presented the highest heat dissipation rate, due to a higher level of conductance and
to the efficiency of its evaporative heat loss pathways (thermal polypnea and sweating rates). On the other hand, its
thickener, smoother and more reflective hair coat seemed to have contributed for a lower heat acquisition, ending in a
more favourable thermal balance under heat stress.
The observed results allowed the conclusion that the Frisian breed presents the lower heat tolerance, the
Limousine and Alentejana have an intermediary one, presenting the Mertolenga breed, by far, the highest heat
tolerance. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11179 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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