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http://hdl.handle.net/10174/11125
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Title: | A música no ensino básico português: objectivos definidos, resultados alcançados |
Authors: | Dias, António José Ferreira Mendes |
Advisors: | Magno, Manuela Magalhães, Olga |
Keywords: | A música no ensino básico português Objectivos definidos Resultados Educação musical |
Issue Date: | 2008 |
Publisher: | Universidade de Évora |
Abstract: | "Sem resumo feito pelo autor"; A sociedade e a educação na viragem do século - No último quartel do séc. XX, a agitação e a violência a par dos progressos económicos e científicos marcaram, segundo Roberto Carneiro," um "período tipicamente de transição cultural e civilizacional onde se amontoam as indefinições, as aparentes perdas de referencial e os problemas de convivência, com a agravante de o sentimento de insegurança ser partilhado à escala da sociedade mundial." (In Delors, 2001: 9)
Ainda assim, a entrada no séc. XXI constitui por si só um ponto de viragem, uma fonte de motivação, um renascer de expectativas positivas para um futuro que se quer melhor.
Sem se descurarem as sensações de incerteza e de ameaça que se herdaram do passado recente, o grande desafio que se coloca neste século parece ser o de ensinar as pessoas a viver juntas em harmonia na sociedade mundial cada vez mais matizada pela multiculturalidade. Por isso, o grande investimento deve ser feito nas pessoas, na construção de um verdadeiro humanismo.
Para Roberto Carneiro, "o novo século é, em essência, sinónimo de horizonte de nova esperança. Uma esperança que, por ser eminentemente humana e humanizadora, elege a prioridade educativa como sua aliada incontornável na edificação de uma nova ordem societal onde todos contam e cada um possa ser capacitado para participar activamente num processo de desenvolvimento que, para o ser, recupera a centra/idade da pessoa na sua mais plena e inviolável dignidade." (In Delors, 2001: 195)
Pino Aprile salienta, no entanto, que a evolução da espécie humana,
tem vindo a perder, paulatinamente, a harmonia com as forças naturais e vem
sofrendo de um grande atrofiamento das suas funções intelectuais. Considera
que "o ser humano não é exclusivamente um produto da natureza; a par desta,
intervém a outra grande força, a da cultura. E uma e outra cooperam, fazendo com
que sejamos aquilo que somos. [Defende ainda que, desde há muito, o homem
organiza sistemas sociais que aniquilam os melhores.] Um dos multiplicadores
mais conhecidos da imbecilidade é o chamado princípio de Peter ( ... ) segundo o qual:
«Em qualquer ordem hierárquica, cada indivíduo tende a ser promovido até chegar ao
seu nível de incompetência; deste modo, não há posto que não tenha por destino cair
nas mãos de um incapaz.))" (2003: 76 a 89)
É reconhecido pela filo-ontogénese que ((a função faz o órgão e o órgão
faz a função» e as funções intelectuais, à semelhança de outras faculdades ou
órgãos, precisam de ser continuamente estimuladas para que se mantenham
em constante actividade e não se atrofiem.
Contra o que é natural no homem, que tende a duvidar, a criticar e a
inovar, a organização hierárquica da sociedade exerce uma forte pressão sobre
os que dela passam a fazer parte, para que se comportem segundo as suas
regras pré-definidas. Seria até indesejável que todos os membros da sociedade
levantassem questões, contrariassem ou discutissem sobre as soluções já
encontradas já que, dessa forma, bloqueariam a actividade da organização.
Aprile (2003: 97 a 119) afirma que "a inteligência, para as sociedades, é como a
areia que emperra as engrenagens, representa um risco para o funcionamento dos
seus mecanismos. ( ... ) É por isso que a estupidez é necessária: trata-se da linfa vital
da sociedade humana. É a regra, o motor, que a faz funcionar. [Por estas razões, a
imbecilidade tenderá a aumentar e, apesar de parecer ser frutuosa a
permanência da estupidez nas organizações sociais contemporâneas,
alimentando e facilitando a sua conservação e progresso, o autor sustenta, no
entanto, que] a sociedade nasceu para ajudar o homem a desenvolver os seus dotes e
as suas aptidões, e não para reprimir umas e outros [e entende que] a única
possibilidade de salvação ao nosso alcance, quer individualmente quer como espécie,
reside nas nossas faculdades mentais. Será o espírito crítico a salvar-nos ( ... )".
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A Escola, enquanto estrutura social organizada e hierarquizada, tem sido "um poderosíssimo instrumento de nivelamento por baixo dos dotes intelectuais. Sobretudo hoje em dia, numa situação em que todas as instituições de ensino, sem
excluir as universidades, adquiriram dimensões enormes. O ensino de massa, que nos países avançados é uma realidade há cerca de dois séculos, não produziu bases culturais activas: até mesmo no que se refere à luta contra o analfabetismo, as fotonovelas e as bandas desenhadas revelaram maior eficácia.
A escola molda pessoas que entram na idade adulta com uma mesma e escassa bagagem de noções, ao mesmo tempo que mortifica as poucas inteligências notáveis que a frequentam – as desses jovens mais curiosos e ricos em aptidões, obrigados, assim, desde a infância, a adoptar o ritmo dos seus companheiros mais atrasados." (Aprile, 2003: 134)
Importa reequacionar o papel que cada indivíduo desempenha na sociedade, contrariando a visão negativa e pessimista, assegurando que cada membro, enquanto ser único, possa viver com os demais sem que perca a liberdade, a autonomia, a independência e o sentido crítico.
Segundo Delors (2001: 15) a educação do futuro, à escala duma sociedade mundial, "surge, mais do que nunca, no centro do desenvolvimento tanto da pessoa humana como das comunidades. Cabe-lhe a missão de fazer com que todos, sem excepção, façam frutificar os seus talentos e potencialidades criativas, o que implica, por parte de cada um, a capacidade de se responsabilizar pela realização do seu projecto pessoal."
Nesse sentido, o relatório elaborado para a Organização das Nações Unidas para a Educação (UNESCO) pela Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI aponta para uma educação ao longo da vida que se deve basear "em quatro pilares: aprendera conhecer, aprendera fazer, aprender a viver juntos, aprendera ser.
Aprender a conhecer, combinando uma cultura geral, suficientemente vasta, com a possibilidade de trabalhar um pequeno número de matérias. ( ... ) |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/11125 |
Type: | doctoralThesis |
Appears in Collections: | BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento
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