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http://hdl.handle.net/10174/7621
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Title: | Medicalização: A perceção de um grupo de estudantes universitários |
Authors: | Mendes, Felismina Silva, Carlos |
Keywords: | Medicalização Percepção leiga Terminologia médica |
Issue Date: | Jun-2012 |
Citation: | Mendes, F. & Silva, C. “Medicalização: A perceção de um grupo de estudantes universitários”. Comunicação Oral apresentada na 11ª Conferência Internacional de Representações Sociais (CIRS). Évora 25 a 29 de junho de 2012. |
Abstract: | REFERENCIAL TEÓRICO: A medicalização remete para o processo através do qual os problemas sociais são descontextualizados, definidos, redefinidos e reconvertidos em problemas médicos. Configura um amplo processo “definicional” que é fundamentalmente protagonizado pelos médicos e pelos respetivos tratamentos especializados (Conrad, 19921); ambos capazes de estreitar o intervalo daquilo que é considerado normal e aceitável na sociedade (Conrad, 2007). Neste processo, assume lugar central a utilização a terminologia e as intervenções exclusivamente inerentes à medicina científica moderna. Como refere Dantas (2009), trata-se da produção de realidades que, por meio de práticas e discursos, engendra novas maneiras de os indivíduos entenderem, controlarem e experimentarem seus corpos e sentimentos.
OBJETIVO: Analisar o impacto da terminologia médica na perceção dos estudantes universitários sobre a medicalização.
PROCEDIMENTOS (INCLUINDO OS PARTICIPANTES E MÉTODO): A amostra foi constituída por 126 estudantes da Universidade de Évora, dos cursos de Enfermagem (76) e Sociologia (50) e a recolha de dados foi realizada em Dezembro de 2011, mediante a aplicação da Escala de Perceção da Medicalização (constituída por 30 itens – 15 de terminologia leiga e 15 de terminologia médica). Foram cumpridos todos os procedimentos ético-legais, em conformidade com a Comissão de Ética da Área da Saúde e Bem-Estar da Universidade de Évora. Os dados foram analisados estatisticamente através do SPSS versão 20.
RESULTADOS: Obteve-se um Alfa de Cronbach de 0,822 o que revela uma boa consistência interna da escala aplicada. A média de idade dos estudantes inquiridos foi de 23 anos e existiu um predomínio de estudantes do sexo feminino (74,6%). Os resultados revelaram ainda que sempre que a terminologia médica está presente, aumenta a concordância com a necessidade de se tratar de um problema a requerer intervenção médica. Exemplos disso são os resultados obtidos com o caso da “obesidade” em que 89,7% dos estudantes concordam que requer intervenção, Já quando se enuncia a palavra “gordo”, essa percentagem desce para 66,6%. O mesmo acontece com ter “borbulhas” (68,3%) ou ter “acne” (82,5%); com o ser “muito ativo” (42,1%) e ter “hiperatividade” (79,3%) ou ainda com a “calvice” (51,6%) e a “alopécia androgénica” (80,2%).
CONCLUSÕES: A linguagem médica modela as perceções sobre os problemas sociais, que passam a ser concebidos como problemas a necessitar de intervenção médica. À medida que a terminologia médica se generaliza e penetra no discurso do senso comum os problemas individuais e socias tendem a ser redefinidos como problemas do domínio médico. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/7621 |
Type: | lecture |
Appears in Collections: | ENF - Comunicações - Em Congressos Científicos Internacionais
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