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http://hdl.handle.net/10174/6965
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Title: | Fronteiras Estocásticas e Avaliação da Eficiência: Serviço Público de Distribuição de Água |
Authors: | Sampaio, Ana |
Editors: | Gomes, António Matos, Afonso Dias, José |
Keywords: | eficiência; fronteiras estocásticas de produção; água; serviço público distribuição; |
Issue Date: | 2008 |
Publisher: | ISBN:978-972-8826-20-8 |
Citation: | Atas do 5º Congresso Luso-Moçambicano de Engenharia e II Congresso de Engenharia de Moçambique. |
Abstract: | “O princípio das coisas é a água” (Tales de Mileto, século VII-VI A.C.)
A questão da água, nas suas diversas vertentes de abordagem, ambiental, social,
económica e política, está fortemente relacionada com o direito universal de acesso, com a
utilização racional de recursos escassos e com a gestão económica eficiente capaz de, a custos
mínimos, satisfazer determinado patamar de procura/oferta e a níveis óptimos de qualidade.
Na segunda metade do século XX aumentou significativamente a delapidação dos
recursos aquíferos, quer em termos qualitativos, quer em termos quantitativos. Por um lado,
têm proliferado os focos de poluição dos lençóis de água, normalmente resultantes da
exploração económica desenfreada da natureza e por outro lado, tem aumentado a procura de
água a um ritmo manifestamente superior à capacidade natural de reposição que o ciclo da
água disponibiliza. Uma vez que a água disponível para o consumo humano representa apenas
uma ínfima parte do recurso total existente no planeta, que a tecnologia ainda não está
suficientemente desenvolvida para conseguir aumentar o patamar da oferta mundial e que se
assiste a um acentuar da desigual repartição das fontes de água no mundo, urge que os vários
intervenientes do contexto da água perspectivem o mercado da água em novos moldes, ou
seja, a partir da prossecução de novas políticas, ambientais, económicas, sociais e geográficas,
que tornem possível a minimização dos efeitos nefastos provocados pelo desequilíbrio,
instalado à escala mundial, entre a oferta e a procura da água. É pois neste quadro de crise
alargada da água que são cada vez mais necessários os estudos transversais e integrativos que,
não só influenciem as acções de regulação económica e ambiental do recurso, como também
permitam a futura harmonização das várias políticas aquíferas.
Ao longo do último século tem-se assistido, ao nível do quadro mundial de gestão da
água, ao aumento do interesse pela investigação do desempenho económico do sector público,
seja a partir da avaliação das medidas de controlo da despesa pública (eficiência económica),
seja a partir da avaliação das medidas direccionadas para o controlo de qualidade de prestação
do serviço (eficiência ambiental/social). Em síntese, qualquer tipo de avaliação económica
deve inserir-se numa lógica de eficiência global (económica, social e ambiental): um sector,
ou um serviço, apresentará eficiência global se, a custos mínimos, proporcionar níveis
óptimos de qualidade. Também no contexto das denominadas indústrias de rede onde o serviço de
distribuição de água se insere, é crescente o interesse pela avaliação económica da qualidade
da prestação dos serviços: O serviço não só deve criar receitas necessárias ao custeamento da
sua exploração, manutenção e renovação de infra-estruturas [vejam-se os trabalhos de
Renzetti, (1992 e 1999) e de Valinas (2002) sobre o impacto no mercado de água das
reformas introduzidas ao nível dos preços], como também assegurar aos consumidores a
possibilidade de usufruirem da água em condições satisfatórias. Neste trabalho é abordado o mercado da água, fundamentalmente na vertente
relacionada com o custo de prestação do serviço de distribuição de água às populações e na
sua articulação com a questão da eficiência ambiental. Para a avaliação da qualidade do
serviço foi incorporada uma variável ambiental, dada pela percentagem em falta, de análises
regulamentares de qualidade de água para consumo humano. De acordo com as regras
introduzidas pelo Decreto-Lei nº 236/98 de 1 de Agosto, as entidades gestoras de sistemas de
abastecimento público (Câmaras Municipais, Serviços Municipalizados ou empresas
concessionárias) são responsáveis pelo controlo da qualidade da água que distribuem pelo que
estão obrigadas a realizar regularmente análises de controlo que permitam a verificação da sua
conformidade com um padrão estabelecido. Este padrão de qualidade de água corresponde a
determinados valores de parâmetros físicos, químicos e microbiológicos. Segundo o artigo 21º
do DL 236/98 a água para consumo humano de boa qualidade caracteriza-se por não pôr em
risco a saúde, ser agradável ao paladar e à vista dos consumidores e não causar a
deterioração ou destruição das diferentes partes do sistema de abastecimento. A legislação
em vigor (anexo VI do DL236/98) define os valores máximos admissíveis (VMA) e
recomendados (VMR), para um conjunto de parâmetros agrupados em cinco categorias: i)
organolépticos; ii) microbiológicos; iii) físico-químicos; iiii) substâncias indesejáveis e iiiii)
substâncias tóxicas. Para esta análise considerou-se como indicador de qualidade de serviço, o
grau de realização das análises regulamentares, dada pela razão entre o nº de análises em falta
e o nº total de análises. Com efeito, para a avaliação da eficiência da gestão do serviço
considerou–se mais adequada a incorporação do indicador acerca do conhecimento da
qualidade de água (percentagem de análises em falta) do que do indicador acerca da qualidade
de água distribuída (percentagem de análises em violação). Um serviço será tanto mais
ineficiente do ponto de vista ambiental quanto maior for o efeito ao nível da redução dos
custos operacionais, provocado pelo impacto da variável ambiental… Para a prossecução deste objectivo, foi utilizada a metodologia das fronteiras
estocásticas aplicada a modelos com influências exógenas (Battese e Coelli, 1995), também
designados por modelos com variáveis ambientais no termo composto do erro. Esta
metodologia está relacionada com a pesquisa de razões que expliquem a magnitude dos
afastamentos das unidades produtivas em relação a um determinado nível óptimo,
económico/ambiental/social, designado fronteira eficiente. |
URI: | http://hdl.handle.net/10174/6965 |
ISBN: | ISBN:978-972-8826-20-8 |
Type: | article |
Appears in Collections: | MAT - Artigos em Livros de Actas/Proceedings
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