RelaxaMente - uma experiência de aula aberta à comunidade universitária

Abstract

RelaxaMente – uma experiência de aula aberta à comunidade universitária

No âmbito da declaração de Bolonha assinada em 1999 pelos ministros da educação de 29 países europeus, todo o ensino superior em Portugal foi reestruturado, implicando uma adequação dos vários cursos, desde o 1º ao 3º ciclo de formação superior. O curso superior de enfermagem ministrado na Universidade de Évora/Escola Superior de Enfermagem S. João de Deus, no cumprimento da legislação, introduziu disciplinas de opção ao longo do curso, uma das quais a de Relaxamento. A disciplina é de caráter teórico-prático, com 35 horas de contato e permite alunos do 1º ao 3º ano num máximo de 20. No ano letivo 2011/2012, foi proposto aos alunos realizar ao longo de um dia, uma aula aberta à comunidade académica, com a finalidade de trabalharem competências para liderar sessões de relaxamento, promover a divulgação desta técnica, bem como divulgar o domínio de atuação dos enfermeiros. O desafio foi aceite pelos alunos mas ficou a inquietação: - Qual seria a adesão da comunidade universitária a uma experiência de aula aberta de relaxamento, dinamizada pelos alunos de licenciatura em enfermagem? Objetivos: Dar a conhecer uma experiência de aula de relaxamento, aberta à comunidade universitária e divulgar a avaliação, realizada pelos participantes na atividade. Metodologia: foi escolhido o dia 31 de Maio 2012 por coincidir com o fim do semestre teórico. A atividade teve a designação de “RelaxaMente”, foram definidos objetivos e escolhida a técnica do Treino Autógeno de Shultz. Foram agendadas 6 sessões ao longo do dia com a duração de 30 minutos cada, espaçadas de intervalos de 30 minutos, com a lotação máxima de 10 participantes por sessão. Foi feita a divulgação através de cartazes, bem como meios eletrónicos de divulgação como a página da universidade, a intranet e ainda as redes sociais. Escolheu-se uma sala ampla no 1º andar da escola e como recursos utilizaram-se colchões, velas sem aroma, computador e músicas próprias para relaxamento. As inscrições estiveram disponíveis 10 dias. No final das sessões foi feita a avaliação da atividade através de um questionário e distribuído um flyer com os objetivos da sessão e a descrição da técnica de relaxamento realizada. Resultados: das 60 vagas disponíveis só 22 foram ocupadas, tendo-se distribuído ao longo das 6 sessões da atividade. 19 participantes eram do sexo feminino e 3 do masculino; a média de idades foi de 36 anos, o mais novo com 18 e o mais velho com 57; 11 estudantes (7 de enfermagem), 5 administrativos, 5 docentes e 1 advogada. Todos gostaram da atividade, conseguiram relaxar, consideraram o esclarecimento inicial, o ambiente envolvente e a temperatura adequados e gostariam de realizar outra sessão. A música e a voz do líder foram relaxantes para 21 participantes, o tempo da sessão foi adequado para 19, 14 conseguiram cumprir as orientações do líder, enquanto 8 só o conseguiram por vezes. Os fatores externos por vezes perturbaram 3 participantes, o que não aconteceu com os restantes 19; dos 22 participantes, 7 fizeram relaxamento pela 1ª vez. Numa escala de 1 a 5 valores, 8 participantes posicionaram-se no valor 4 e 14 no valor 5, sendo este o mais alto da escala. Conclusões: a participação não foi elevada sugerindo pouca sensibilidade para a técnica. Avaliação muito positiva dos participantes que sugeriram a continuidade das sessões. Permitiu treino de competências aos alunos e abertura à comunidade universitária.