Tra operaismo e biopolitica. Genesi e sviluppo del concetto negriano di produzione

Abstract

O presente artigo constitui um complemento ao livro Oltre i limiti di Marx, ao abordar de modo analítico a problemática da relação de Negri com o pós-estruturalismo francês. Uma questão que, tendo permanecido periférica no contexto do confronto com Althusser, é porém fundamental para a plena compreensão da deslocação operada por Negri da análise do plano da dialética para o da ontologia constituinte. A tese fundamental desenvolvida ao longo do artigo é a de que apenas a hibridização do dispositivo teórico do “operaísmo” com o pensamento de Foucault e de Deleuze permite ultrapassar os “resíduos dialéticos” da categoria negriana de “operário social”. Com efeito, as categorias pós-estruturalistas de “biopolítico” e de “singularidade” desempenham um papel fundamental na elaboração de um novo conceito de “produção” que, fundamentado no princípio de subjetivação do processo de criação de valor, se encontra plenamente enraizado no terreno ontológico-constituinte. A conclusão do texto centra-se na diferença entre os dispositivos biopolítico de Negri e dialético de Marx: enquanto este elabora o conceito de “produção capitalista” através da definição da composição orgânica do capital, para Negri, pelo contrário, é apenas a dissolução do vínculo dialético entre capital constante e capital variável, ou seja, a libertação subjetiva em relação ao capital, que estabelece as condições da produção. Contudo, e de modo bastante paradoxal, esta oposição relativamente à representação teórica do conceito de “produção” constitui, segundo Negri, a condição teórica que lhe permite “manter-se fiel” a Marx e com ele prolongar o “diálogo” até à atualidade.