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Title: Oligoelementos e defesas locais: influência da biodisponibilidade do zinco na manutenção das defesas locais na glândula mamária
Authors: Saianda, Isabel Margarida de Carvalho Rosado
Keywords: Pecuária
Patologia animal
Infecções mamárias
Gestão pecuária
Issue Date: Dec-1997
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: Introdução - O termo mamite deriva do grego masthos, que significa mama. Classicamente, mamite é definida como uma inflamação da glândula mamária qualquer que seja a causa ou a sua origem (Jain, 1979, Radostits et al. 1994). Caracteriza-se pela presença de alterações físicas, químicas e frequentemente bacteriológicas do leite, associadas geralmente a modificações patológicas ao nível do tecido glandular. As mamites são uma das doenças infecciosas com maior incidência nos animais produtores de leite, apresentando graves repercussões a nível higiossanitário e económico. Os casos de mamites clínicas são facilmente detectados, pois os animais apresentam sintomas evidentes de doença, como inflamação do úbere, diminuição ou mesmo cessação da lactação, bem como alterações na composição do leite, febre e frequentemente uma reacção sistémica (Radostits et aL,1994). Embora em muitos casos se verifiquem os sinais clássicos de inflamação: tumor, rubor, calor e dor, uma grande percentagem de glândulas mamíticas não é facilmente detectável pela palpação ou pela observação do leite, apresentado-se sob a forma de subclínica. Esta forma de infecção caracteriza-se pela ausência de sinais clínicos óbvios. Ao contrário dos bovinos, nas ovelhas a mamite clínica não parece resultar de uma evolução da forma subclínica (Bor etal.,1989). A gravidade das infecções subclínicas manifesta-se na possibilidade de contágio dos restantes animais, o que tem reflexos a nível sanitário e também a nível económico. Geralmente conduz a quebras na produtividade e alterações ao nível das características organolépticas do leite e seus derivados, objectivos, em última instância, do produtor. Como em qualquer outra situação de doença, também em relação às mamites a prevenção constitui uma solução preferível à terapêutica. Um maneio correcto é extremamente importante na prevenção de mamites, especialmente no que diz respeito à higiene durante a ordenha. É importante observar uma série de medidas, tanto em termos de higiene individual da ovelha, como do próprio equipamento, no caso de a ordenha se processar de forma mecânica. A limpeza e desinfecção dos tetos antes e após a ordenha, utilizando material descartável para cada animal, pode contribuir para uma redução da contaminação tanto dos outros animais como o equipamento. A lavagem e desinfecção do equipamento antes e após a ordenha bem como a observação de cuidados de higiene por parte dos ordenhadores são medidas tendentes a diminuir a incidência de mamites no efectivo. Uma pressão de vácuo adequada e correcta também é uma dos factores a respeitar para um correcto maneio durante a ordenha (Dodd, 1983). Um exame periódico do leite, com o objectivo de determinar a existência de casos subclínicos, pode minimizar o aparecimento de novas infecções. As mamites subclinicas são mais facilmente detectáveis através de testes efectuados ao leite (Radostits et al., 1994). O isolamento dos animais com sinais de doença, a limpeza periódica das camas com o objectivo de controlar a microflora residente, são também medidas que podem permitir evitar a disseminação da doença no rebanho. A vacinação é a forma de prevenção da maioria das doenças infecciosas. No entanto, trabalhos realizados para determinar a eficácia da vacinação contra agentes etiológicos de mamites em bovinos (Anderson, 1982, Colditz e Watson,1985) mostraram que tal procedimento nem sempre conduz a resultados satisfatórios. Várias causas são apontadas, como por exemplo, a relativa escassez de elementos de defesa imunitária, os efeitos inibitórios da caseína e da gordura na eficiência fagocitária dos neutrófilos, a extensão de epitélio secretor exposto, o facto de o leite ser um excelente meio de cultura para a maioria das bactérias e ainda a variedade de microorganismos potencialmente causadores de mamite (Colditz e Watson, 1985). Também a grande diversidade antigénica de estirpes ou toxinas de agentes patogénicos para a glândula mamária, contra os quais a vacinação deve proteger, constitui um obstáculo á imunização (Craven e Williams, 1985). Ainda o facto de as características ecológicas e edafoclimáticas diferirem entre explorações, induz uma variação na população microbiana potencialmente causadora de mamite, o que poderá contribuir para a ineficácia da vacinação. O recurso a outras medidas de prevenção, nomeadamente através da manipulação da dieta, como a incorporação na ração de oligoelementos, pode contribuir para a prevenção de infecções. É o caso do zinco, que se sabe desempenhar funções de protecção na glândula mamária (Kellogg 1990, Spain, 1993). O sistema imunitário da glândula mamária cumpre duas funções: permite a imunização passiva do recém-nascido e protege o próprio organismo contra agressão por agentes patogénicos. Os mecanismos de defesa da glândula baseiam-se em componentes específicos e não específicos, existindo alguma interacção funcional entre estes componentes (Opdebeeck, 1982). A defesa da glândula mamária contra os microorganismos invasores e potencialmente causadores de infecção intramamária compreende uma série de barreiras físicas, químicas e imunitárias. O teto é a porta de entrada para a maior parte das infecções do úbere. A sua integridade constitui a primeira linha de defesa contra os organismos invasores, sendo o revestimento de queratina uma importante barreira física e química contra a entrada de microorganismos (Bitman et al., 1991). O epitélio queratinizado do canal do teto contém proteínas e lípidos bacteriostáticos, o sistema enzimático tiocianato-hidrogénio-lactoperoxidase, lactoferrina e células fagocitárias (Opdebeeck, 1982). Verifica-se que, durante a ordenha, parte do revestimento de queratina é arrastado pela passagem do leite, ficando, por isso, o tecido epitelial mais exposto á infecção. Esse arrastamento, se bem que parcial, compromete a capacidade do canal do teto impedir a penetração de agentes patogénicos no interior da glândula mamária (Capuco et al., 1992). Assim, uma rápida substituição da queratina arrastada é necessária para a prevenção da infecção, quer por agentes patogénicos, quer por microrganismos oportunistas que podem colonizar o canal do teto.
URI: http://hdl.handle.net/10174/13582
Type: masterThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Mestrado

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