Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/11213

Title: Brown, Poe, Hawthorne e Melville: terror na literatura norte americana
Authors: Lima, Maria Antónia
Keywords: Terror na literatura norte-americana
O paradoxo do terror
Brown, Poe, Hawthorne e Melville
Issue Date: 2000
Publisher: Universidade de Évora
Abstract: "Sem resumo feito pelo autor"; A ATRACÇÃO DA REPULSA: Uma Verdade Paradoxal - A erebus odora é uma espécie de traça tropical, também denominada «Bruxa Negra», indígena das Índias Ocidentais e do Sul dos Estados Unidos, cujas larvas comem acácia, unha-de-gato e plantas similares. Além disto, poderá também, como algumas traças, alimentar-se de lágrimas de grandes mamíferos. Por definição é "qualquer coisa que, gradual e silenciosamente, come, consome ou destrói qualquer outra coisa". Quem viu o filme T'he Silence of the Lambs (1990), ou leu o romance homónimo de Thomas Harris, sabe que este era o insecto, ainda em casulo, introduzido por Buffalo Bill na boca das suas vitimas. Num dos diálogos da obra, a agente do FBI, Clarice Starling e um cientista do Museu de História Natural observam que, embora a maior parte das pessoas adorem borboletas e odeiem traças, estas tornam-se mais interessantes e cativantes por serem destruidoras. Nesta observação, está já expressa a tendência humana paradoxal de se sentir atracção e repulsa pelo terrível, que será tema de interesse literário para os escritores americanos seleccionados para este estudo. Sabe-se, por exemplo, que no capitulo "The Whiteness of the 'Whale" de Moby-Dick, também o narrador Ishmael reflecte sobre a possibilidade de a Baleia Branca ser ao mesmo tempo benigna e malévola, e simultaneamente bela e terrífica. Ao captar-lhe o seu poder paradoxal, Richard Chase captou também o paradoxo inerente à imaginação literária americana: "It is massive, brutal, monolithic, but at the same time protean, erotically beautiful, infinitely variable."1 Em The Philosophy of Horror (1990), Noël Canon comenta: "(...) with special reference to the paradox of horror, monsters, the objects of art-horror, are themselves sources of ambivalent responses, for as violations of standing cultural categories, they are disturbing and disgusting, but, at the same time, they are also objects of fascination - again, just because they transgress standing categories of thought. That is, the ambivalence that bespeaks the paradox of horror is already to be found in the very objects of art-horror whìch are disgusting and fascinating, repelling and attractive due to their anomalous nature.s2 Brown, Poe, Hawthorne e Melville mostraram-se frequentemente interessados por seres de capacidades destruidoras. Tão curiosos como Starling, seria mais fácil vê-los extrair um casulo misterioso de um cadáver numa mesa de dissecam, do que imaginá-los como sistemáticos e organizados estudiosos da categoria dos lepidópteros. Entre traças e borboletas, eles prefeririam as primeiras em detrimento das segundas, porque também optaram por imaginar corvos, gatos pretos e baleias temiveis nas suas ficções, em vez de dirigirem a sua atenção para outras espécies animais menos inquietantes. Se o diálogo, que a obra destes autores pode manter com a de Thomas Vis, justifica a sua actualidade e modernidade, ele também evidencia todo um percurso na tradição do Gótico Americano, responsável pela introdução de uma perspectiva negra no Romantismo destes escritores do séc. XIX, tornando-os capazes de se relacionarem com o pessimismo e negatividade predominantes no romance americano contemporâneo. Tudo isto acontece devido ao profundo sentido de modernidade que invade as suas obras, pois como muito bem observou D. H. Lawrence: "The furthest frenzies of French modemism or futurism have not yet reached the pitch of extreme consciousness that Poe, Melville, Hawthorne, whitman reached. The European moderes are all trying to be extreme. The great Americans I mention just were it. which is wh the world has funked them, and funks them to-day". Se eventualmente seguirmos o conceito de modernidade apresentado por Marshall Berman em All That Is Solid Melts Into Air (1982), segundo o qual "to be modern is to live a life of paradox and contradiction", poderemos concluir, juntamente com Lawrence, que, antes de qualquer modernismo, estes autores eram já profundamente modernos. A razão de tudo isto deve-se ao facto de as suas obras se integrarem completamente no espírito de modernidade apresentado por Berman, nos seguintes termos: "To be modern is to fmd ourselves in an environment that promises us adventure, power, joy, growth, transformation of ourselves and the world -and, at the same time, that threatens to destroy everything we have, everything we know, everything we are. Modern environments and experiences cut across all boundaries of geography and ethnicity, of class and nationality, of religion and ideology: in this sense, modernity can be said to unite all manldnd. But it is a paradoxical unity, a umty of disunity: it pours us all finto a maelstrom of perpetuai disintegration and renewal, of simule and contradicction, of ambiguity and anguish."
URI: http://hdl.handle.net/10174/11213
Type: doctoralThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento

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