“MARCAS PATRIMONIAIS FRANCISCANAS NA IMAGEM DAS CIDADES: S. FRANCISCO DA CIDADE EM LISBOA E S. FRANCISCO EM ÉVORA [PORTUGAL]” │ “MARCAS PATRIMONIALES FRANCISCANAS EN LA IMAGEN DE LAS CIUDADES: SAN FRANCISCO DE LA CIUDAD EN LISBOA Y SAN FRANCISCO EN ÉVORA [PORTUGAL]”

Abstract

RESUMO: As ordens religiosas pela influência que tiveram com a disseminação territorial e humana permitiram criar, através das suas figuras mais representativas, locais, objetos, espaços arquitetónicos que, com o passar do tempo, se constituíram como património relevante da identidade dessas comunidades. Este património foi diacronicamente agregando novos elementos que criaram marcas relevantes nas sociedades coevas. Essas tiveram maior visibilidade nos testemunhos construídos, os conventos, que com a sua implantação permitiram o desenvolvimento de tecido urbano, e a definição da imagem das cidades. Deste modo, e através de elementos cartográficos e iconográficos, pretende-se analisar o património legado pelos franciscanos em duas cidades portuguesas, Lisboa e Évora. É da maior relevância entender o cunho que esta ordem religiosa deixou nas cidades em apreço, através do estudo diacrónico do contributo decorrente das sucessivas gerações de frades que ocuparam estes edifícios e acompanharam as suas vicissitudes. A fundação do Convento de S. Francisco de Lisboa é descrita como tendo ocorrido em 1217, por vontade de D. Afonso II. Com as doações realizadas pelos diversos reis, esta casa religiosa adquiriu dimensões muito vastas, sendo conhecida, na época, por “cidade” de S. Francisco. É um amplo conjunto composto por espaços que na atualidade são utilizados pelos Museus Nacional de Arte Contemporânea e do Chiado (que abrangia o espaço da antiga Igreja de São Francisco) e alas conventuais, onde se situam a Faculdade de Belas Artes de Lisboa e Academia Nacional de Belas Artes. O Convento de S. Francisco de Évora foi fundado cerca de 1224. Considerando que à data da vinda dos franciscanos para Évora, o primitivo núcleo amuralhado da cidade era já densamente edificado, estes optaram por local exterior à muralha e próximo do caminho de acesso à porta principal da cidade. O Convento de S. Francisco situou-se perto da Porta de Alconchel e dando posteriormente origem ao “Arrabalde de S. Francisco”. Da primitiva casa conventual subsistem alguns indícios da igreja gótica e parte do claustro. O conjunto conventual sofreu algumas demolições, de partes que se encontravam arruinadas, aquando da extinção das ordens religiosas em 1834, ficando devoluto. A igreja atual encontra-se aberta ao culto, parte do restante conjunto foi convertido em áreas museologicas inclusivé a Capela dos Ossos. Estes complexos religiosos foram posteriormente preenchidos com distintas utilizações ao longo do tempo que nada tiveram que ver com as funções para as quais foram concebidos. Realizar-se-á um estudo comparativo do que ocorreu a ambos os conjuntos, utilizando como documentação alguma cartografia, iconografia e outra documentação considerada relevante, disponíveis sobre estas cidades, bem como sobre os dois conventos em apreço.