Territórios neolíticos no Alentejo Central (Portugal): estratégias de implantação

Abstract

O desenvolvimento, nas últimas duas décadas, de prospeções e escavações sistemáticas associadas quer a medidas de minimização de impactes, quer a projetos de investigação, permitiu conhecer melhor os territórios preferenciais das populações neolíticas no interior alentejano, refutando tradicionais teorias apresentadas ao longo da década de 70 e 80, do séc. XX. Os numerosos sítios de habitat identificados que, pelo conjunto artefactual disponível nos permite integrar nas fases iniciais do Neolítico, surgem em territórios com características geomorfológicas muito específicas. Apesar da desigualdade dos dados existentes em termos regionais, casos como a Barroca 1 e Chaminé 3, em Mora, poderão ajudar a compreender e caracterizar melhor estas primeiras comunidades. Apresenta-se, neste trabalho, uma sistematização dos dados conhecidos para esta região procurando definir as áreas preferenciais de ocupação e refletir acerca da sua materialidade funcional e das problemáticas associadas à sua caracterização.