Please use this identifier to cite or link to this item: http://hdl.handle.net/10174/11597

Title: O topos da auto-ilusão amorosa nos textos narrativos de José Régio
Authors: Silva, Eunice Cabral Nunes da
Keywords: José Régio
Textos narrativos
Jogo da cabra cega
Realismo subjectivo
Issue Date: 1994
Abstract: “ Sem resumo feito pelo autor” - Este trabalho é uma análise do topos da auto-ilusão amorosa nos textos narrativos de José Régio. Para este efeito, analisaremos as estruturações textuais concernentes à temática da decepção amorosa em termos de "realismo subjectivo" nos textos narrativos regianos. Partimos de uma análise de configurações discursivas referentes ao código modernista em Jogo da Cabra Cega (1934), o primeiro romance regiano, para, em seguida, analisar certas estruturas evolutivas que consubstanciam um outro modelo narrativo, o do "realismo subjectivo", que, por sua vez, implica a inclusão da pincipal convenção presencista. 0 topos, escolhido por nós, surge em três textos narrativos que constituem o nosso corpus: "Davam Grandes Passeios aos Domingos..." (novela publicada em 1941), "Sorriso Triste" e "0 Vestido Cor de Fogo", novelas de Histórias de Mulheres (1946), livro que integra também a novela de 1941, a partir da sua terceira edição datada de 1968. 0 aparecimento da decepção amorosa - sem que o mundo representado ofereça qualquer alternativa existencial aos protagonistas das novelas em questão - é articulável com a evolução das estruturas discursivas, nos textos narrativos regianos. Do primeiro romance às novelas, o narrador regiano abandona as convenções modernistas referentes ao "desprendimento" e ao "relativismo" pelas quais o mundo exterior é percebido por um sujeito. Entretanto, nesta evolução da narrativa regiana, a "consciência" de um indivíduo mantém-se como campo semântico central, aspecto que é mantido do presencismo. 0 fenómeno da mudança referida - sem que se anuncie explicitamente como tal na produção literária de Régio - diz respeito a mutações discursivas tanto na cena literária portuguesa como também no espaço social português. De facto, o modernismo desvanece-se a partir do final da década de trinta e dá lugar a novas variantes do realismo. Mas a produção narrativa de Régio envereda por um caminho diferente porque o modelo de mundo, implícito nas narrativas regianas, é distinto do pressuposto nos textos narrativos neo-realistas portugueses. 0 nosso trabalho oraganiza-se em duas partes. A primeira é constituída pela análise dos traços modernistas do primeiro romance. A segunda parte é a análise do referido topos nas três novelas do corpus. De facto, as estruturações modernistas sofrem mutações significativas na medida em que as modelizações referenciais, pressupostas nas três novelas do nosso corpus, inscrevem os textos narrativos no chamado "realismo subjectivo". Subsequentemente, as principais estruturações discursivas, características do paradigma modernista, são abandonadas mas é mantida a convenção principal do presencismo, a oposição entre o indivíduo e as estruturas sociais, marcada pela percepção "subjectiva" de dados do mundo por parte do protagonista. É esta disjunção que justifica o aparecimento do topos da auto-ilusão amorosa que, surgindo sem outras temáticas modernistas, produz uma narração de tipo realista.
URI: http://hdl.handle.net/10174/11597
Type: doctoralThesis
Appears in Collections:BIB - Formação Avançada - Teses de Doutoramento

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